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livro o fotógrafo benício whatley dias​

Esse livro reúne parte do acervo de um dos nomes mais expressivos da fotografia pernambucana, Benício Tavares Whatley Dias, cuja biografia é pouco conhecida.

Nascido no Recife, em 8 de novembro de 1914, foi professor de História da Arte na Escola de Belas Artes da UFPE. Seu acervo, com cerca de 2.392 documentos, entre fotografias (1.432), negativos, documentos bibliográficos e textuais, foi doado a Fundação Joaquim Nabuco pela família, a seu pedido, em 1976, após sua morte. Chamado de “mestre” por Gilberto Freyre, Benício Dias registrou farto material iconográfico das intervenções urbanísticas sofridas pelo Recife no início do século 20. O livro reúne 158 fotografias produzidas entre as décadas de 1930 e 1950.

Seus principais trabalhos profissionais foram realizados para a Prefeitura da cidade do Recife e para o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional entre 1930 e 1975. Suas coleções particulares de fotografias foram doadas por seus herdeiros para a Fundaj e para o Museu da Cidade do Recife; e os conjuntos de fotografias elaboradas no tempo em que trabalhou para o Iphan fazem parte dos processos de Inventários, Obras e Tombamentos, recebendo, no Arquivo Central do Rio de Janeiro e no Recife, tratamento técnico especial.

O projeto foi encomendado pela Profª Ceça Guimaraens, arquiteta e docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, sobrinha do fotógrafo, onde o valor documental e social da obra de Whatley Dias incita olhares multifacetados e polissêmicos ao registrar uma época crítica que envolveu literatos, cientistas sociais, artistas plásticos, editores, jornalistas e políticos.

Virginia Pitta Pontual, professora da UFPE, destacou, na apresentação “as imagens que constroem uma alegoria sobre o Recife, as quais marcam fortemente os sentidos dos que amam as cidades.” Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses, professor da USP, escreveu no prefácio que a abrangência local e nacional da produção e das coleções imagéticas do fotógrafo é reveladora de um contexto cultural “marcado por transformações profundas, tensões e perplexidades vividas pelo modernismo.”

Sobre o projeto gráfico

Tendo em mente que o foco deveria ser mantido nas fotografias, o projeto tem em sua paleta apenas o preto e o branco, mantendo o destaque máximo ao texto e às fotografias que o compõe. As intensidades da cor preta foi aproveitadas para compor o projeto gráfico, variando, portanto, do cinza (20% e 60%, por exemplo) ao preto (100%). Diferenciações fizeram uso através de formatos distintos, texturas e afins.

Além disso, a conversa entre diferentes imagens foi estabelecida para comunicar os momentos diverso da obra do autor.